Darwin nas águas da evolução
.Um pequeno passeio Pela teoria da Evolução
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A igreja em Castro, na Ilha Chiloé, é “totalmente construída de tábuas”, anota Darwin. Durante a viagem germinam dúvidas, mas o pesquisador ainda não desiste da fé em um Deus Criador |
Em um vale entre montanhas, ao sul de Santiago, dois cavaleiros iniciam sua viagem. Partindo de Valparaíso – na época de Darwin um porto idílico, hoje globalizado – o pesquisador atravessa a cordilheira a cavalo. E com base na vegetação diversa a leste e oeste da cadeia de montanhas, abre-se um princípio essencial da evolução |
Com expressão cética, Darwin olha para o escritório da diretoria da organização de pesquisa que leva o seu nome, na Ilha Santa Cruz, em Galápagos. A craca foi colocada pelo fotógrafo com um truque |
Paralelamente a Darwin, um britânico desenvolve uma teoria sobre a origem das espécies
Testemunhas emplumadas de destaque em Darwin estão ameaçadas: a varíola aviária provoca tumores sob as asas de alguns pássaros. Recintos que abrigam tentilhões para observação são assaltados pelos ratos (pesquisadores analisam rastros de mordidas em ovos de massa espalhados pelo local) |
As Ilhas Galápagos, ligadas ao nome de Darwin como nenhum outro lugar, atraem atualmente, da mesma forma, pesquisadores e turistas: a bióloga Birgit Fessl coleta, em armadilhas de funil, invertebrados da camada das folhas. As tartarugas-gigantes suportam com paciência os visitantes que se aproximam demais delas
Para o habitante mais famoso do arquipélago, todavia, o socorro da estação veio tarde demais. “Lonesome George”, da Ilha Pinta, é o último de sua espécie. Em uma estação de procriação, ele divide seu recinto com duas fêmeas de uma espécie parecida da Ilha Isabela. Como elas lhe são geneticamente mais próximas, poderiam procriar com seu esperma.
Visitantes jogam moedas na água e lhe desejam boa sorte. De alguma forma, ele compreende seu imperativo biológico e procura as fêmeas, que regularmente se evadem. Aa frustração na cara anciã de George parece evidente: uma melhor imagem simbólica Galápagos não pode fornecer. Com um único representante solitário, uma espécie se despede deste planeta após zilhões de anos.
a tualmente, o turismo é mais perigoso para o arquipélago do que qualquer catástrofe natural. O número de visitantes aumenta constantemente; com 140 mil por ano, o limite colocado há poucos anos está bem ultrapassado. Em 50 anos, o número de habitantes do arquipélago pulou de inofensivos 2 mil para 30 mil. Nos tempos de Darwin eram de 200 a 300. Os esgotos são despejados sem tratamento no mar, as pastagens ampliadas, animais domésticos tornam-se selvagens, cabras já viraram praga, os pescadores ameaçam os pesquisadores por causa de cotas de pesca devidas à proteção ambiental. Aa Unesco colocou agora o arquipélago na lista do patrimônio mundial em perigo.
Com seu livro A origem das espécies, Darwin escreveu uma bíblia da biologia, o único livro de peso que trago comigo do começo ao fim da viagem. E não apenas de forma eletrônica. No ambiente paradisíaco-infernal, de tempos ancestrais de Galápagos, a obra se lê como a defesa do último advogado da humanidade diante do Juízo Final. O argumento final simplesmente não dá para não ler, reler e reler: Há uma grandeza nessa visão da vida, com seus diversos poderes, os quais foram soprados originalmente pelo Criador em poucas ou em apenas uma forma; e que, enquanto este planeta continuou girando segundo a lei fixa da gravidade, a partir de um princípio tão humilde, tenham surgido e continuem a surgir infinitas formas, as mais belas e as mais maravilhosas.
Enquanto escrevo estas linhas, recebo uma notícia da estação Darwin: “Finalmente encontrados dois ninhos, alguns ovos estão na incubadora, e em alguns meses se saberá se realmente haverá procriação ou não!” Talvez “Lonesome George” não fique tão sozinho, afinal.
A caminho
No único dia da viagem em que o fotógrafo Peter Ginter e seu assistente, motorista e tradutor, o argentino Fernando Gomez Bellocq, pretendiam descansar um pouco, bastou uma olhada pela janela, de manhã, para fazer os dois respirarem mais rápido: o vulcão Chaitén cuspia nuvens de cinzas a quilômetros de altitude no céu chileno. Contudo, documentar a devastação de bem perto foi vedado aos dois. Por duas vezes se encontravam na balsa totalmente vazia de Puerto Montt para Chaitén, mas soldados obrigavam-nos a retornar.
Durante seis meses, o escritor científico Jürgen Neffe planejara e organizara quase todos os dias, até que sua viagem pelo mundo, igual à de Darwin, pudesse começar. A visita ao arquipélago de Galápagos havia sido planejada como um clímax – mas deixou sentimentos desencontrados.
Na verdade, Neffe acredita que o maior número possível de pessoas deveria ter a possibilidade de ver esse mundo de maravilhas – a fim de se entusiasmarem pela proteção ambiental. Por outro lado, para salvá-las em sua unicidade, as ilhas deveriam ter seu acesso completamente negado.
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A beleza dos Percevejos!!!
.Parasitas fedorentos, hematófagos danados – eis algumas das qualificações que recebem. Vale lembrar, porém, que já serviram de perfume para a corte francesa, de tão agradável odor exalado por algumas espécies, e que a maioria deles se nutre dos sucos das plantas. A verdade é que esses insetos conquistaram habitats como nenhum outro, sobrevivendo nos trópicos em uma diversidade ímpar de formas e cores
Como duas pipas voando ao vento, as “canelas traseiras” ampliadas em forma de folha estão penduradas nas pernas desse percevejo coreus marginatus tropical
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O percevejo-verde do mato, loxa viridis, habitante das florestas tropicais secas, tem classe. Possui olhos facetados saltados, antenas precisas e um escudo triangular atrás da cabeça, em cuja ponta dianteira se encontra a tromba sugadora. Nela existem cerdas furadoras
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Embora possam sugar cogumelos, os percevejos também podem ser vítimas deles, como o exemplo do percevejo-das-plantas totalmente coberto, na Costa Rica. Eem contrapartida, o percevejo-predador se apresenta perfeito com a pele recém-trocada e a velha ainda pendurada, como uma aranha seca. A maioria das espécies passa por esse procedimento cinco vezes, aumentando o seu peso e seu tamanho após cada ecdise
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Num belo fim de semana, wolfgang Rabitsch passeia por um parque – na verdade o cemitério central de Viena, Áustria, rodeado de rica ambientação natural. Pode acontecer de ele provocar nas pessoas uma curiosidade peculiar, traduzida em perguntas. E que elas reajam incrédulas com a sua resposta. O que esse acadêmico, de aparência jovial e descuidada, procura nas tuias, com rede e lupa na mão, em volta das sepulturas em honra a Brahms, Beethoven e Schubert?, podem pensar os transeuntes, para depois indagá-lo mais objetivamente: “Perdão, senhor, o que faz por aqui?”. Ele procura percevejos. E muitos não podem crer.
Percevejo-das-plantas edessa rufomarginata, Ccosta Rrica
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O zoólogo Rabitsch é um dos poucos especialistas do mundo que se dedicam apaixonadamente a esse grupo de animais, em geral tão desprezado. O pesquisador sabe que a maioria das pessoas sente repentina coceira só de pensar nesses insetos de seis pernas, com suas glândulas de cheiro e seu aparelho bucal furador e sugador. Pois a palavra percevejo é associada, em geral, a um único tipo: o cimex lectularius, o percevejo-de-cama, dos colchões velhos e noites de pesadelo com a ação desses animais.
Mas essa é uma associação muito simplista. No mundo todo são conhecidos aproximadamente 40 mil tipos de percevejos, e é provável que existam pelo menos mais umas 20 mil espécies, até agora desconhecidas. Elas podem ser encontradas em todos os lugares – árvores, pântanos, mares e desertos. A maioria vive nos trópicos e subtrópicos. Em toda a Europa Central apenas 1.100 tipos têm seu habitat natural.
Sejam redondos, ovais ou achatados, de três milímetros a onze centímetros de tamanho, vermelho-fogo ou com padrão de cor em forma de rede, Rabitsch os ama por igual. É “porque eles têm uma aparência tão bonita, alguns até um perfume sedutor, parecido com pera, cereja, canela…”, ele diz. Um capricho? Um entusiasmo exagerado? O “percevejólogo” apaixonado faz propaganda engajada para que haja interesse por seus sujeitos de pesquisa, os heterópteros, os “de asas diferentes”, como os percevejos são chamados cientificamente, devido a suas asas dianteiras metade duras como couro, metade finas como membranas. Não faz muito tempo o percevejo lygaeus equestris foi eleito o “inseto do ano”, e quem abre os olhos pode realmente descobrir um reino cheio de sensações que poucos notam.
Que outro ser vivo tem a capacidade, por exemplo, de duplicar seu próprio peso corporal em questão de minutos, apenas sugando seu alimento por uma tromba?
Rabitsch já o viu inúmeras vezes: de uma folha achatada surge um inseto redondo e cheio, não de sangue, como muitos acreditam, mas, na maioria das espécies, de suco de seiva. Alguns tipos, como o aradus depressus, se alimentam de cogumelos. Os reduviidae – percevejos-predadores – sugam outros insetos. E bem poucas espécies, como o percevejo-de-cama, bebem o sangue de mamíferos ou de pássaros.
Para não se tornarem vítimas de predadores, os percevejos se aperfeiçoaram na arte da camuflagem. Os percevejos-fogo, com seu desenho vermelho e preto, de aviso, revelam-se artistas na encenação. Fingem ser venenosos. “Aparecendo em massa, reforçam esse efeito de sinalização de perigo”, diz Rabitsch. E se isso não for suficiente para deixar perplexos os leitores versados em ciências naturais, que conhecem esse modo de agir em outros grupos de animais, há, ainda, outra impactante afirmação. Os percevejos, explica o especialista, são os únicos insetos que podem viver lá longe, em mar aberto.
O zoólogo Hans-Jürgen Hoffmann ainda se admira com isso. Ele é o editor do Heteropteron, uma publicação informativa do grupo de trabalho de pesquisadores de percevejos da Europa Central, e orgulhoso proprietário de uma coleção de centenas de milhares de percevejos.
Esse jovem percevejo-das-plantas, com coloração notória, traz, como todas as larvas de percevejo, as minúsculas aberturas de suas glândulas de cheiro no lado superior do abdome segmentado. Ddelas ele expele uma secreção malcheirosa ou venenosa, em caso de perigo
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A cópula, na maioria dos percevejos, ocorre em posição antagônica, na qual os parceiros se tocam apenas com o abdome, colocando suas cabeças em direções opostas.
Após o acasalamento, as fêmeas põem os ovos preferencialmente em suas plantas hospedeiras e protegem a ninhada de ovos e, depois, as crias, até o seu estado de larva, com todo o empenho |
Os percevejo da espécie halobates, os “doidos” corredores sobre a água do mar, estão entre os queridos de Hoffmann. Intriga-o, principalmente, a forma como fêmea e macho se encontram entre as ondas montanhosas, reproduzem-se e perpetuam. “Possivelmente os machos esperam por uma onda especialmente alta, procuram lá de cima por uma fêmea e, assim que a avistam, surfam em sua direção.” De fato, só é possível fazer especulações sobre a procura de parceiros no caso desses percevejos.
O Graphosoma lineatum, Eeuropa Central
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É provável que dois indivíduos em busca de parceiros se encontrem com a ajuda de seus olhos muito bem-formados. Ou, ainda, que se reconheçam por meio de abalos característicos na superfície da água.
É dessa forma que, por exemplo, os percevejos aquáticos, bem mais conhecidos, percebem parceiros, presas ou predadores, fazendo uso de órgãos sensoriais em suas pernas.
Parece certo que, das 47 espécies conhecidas de halobates corredores na água do mar, cinco perambulem constantemente sobre as ondas do mar aberto. Essas vivem exclusivamente nas proximidades da linha do Equador e se alimentam de ovas de peixe, zooplânctons, águas-vivas mortas e insetos trazidos pelo vento, que sugam com sua tromba furadora. Além disso, as fêmeas põem seus ovos em material de arribação.
Não importa se são penas de pássaros, pedaços de isopor, grumos de alcatrão, casas de caramujos ou cadáveres de aves marinhas: as senhoras percevejo não podem ser seletivas, diz Lanna Cheng da Scripps Institution of Oceanography em La Jolla, na Califórnia, uma pesquisadora que se especializou nesses percevejos halobates.
“Durante uma expedição encontramos mais de 70 mil ovos em cima de um botijão plástico vazio de leite.” A bióloga também descobriu que esses percevejos corredores se protegem dos raios UV prejudiciais com uma substância especial, enriquecida em seu esqueleto externo. “Talvez algum dia possamos desenvolver a partir daí um superbloqueador solar.”
Wolfgang Rabitsch está bem distante de tais metas extravagantes. Pesquisadores tradicionais de percevejos como ele têm preocupações bem diferentes, como aquelas que dizem respeito às novas gerações. “A geração atual está velha demais”, diz o zoólogo vienense. Falta dinheiro, empregos e os meios auxiliares básicos: livros de classificação. “Quem está começando hoje, tem de juntar sozinho e com dificuldades todas as informações.” E existem coisas realmente dramáticas para serem pesquisadas, por exemplo, a técnica sexual inusitada dos percevejos-de-cama.
Os machos dessa espécie, pertencente aos percevejos achatados, têm um pênis em forma de adaga, que não introduzem na abertura sexual da fêmea, mas o enfiam lateralmente no abdome. “Inseminação traumática” é o nome que se dá a essa prática. Dessa forma, segundo Rabitsch, é impedido que um concorrente elimine da fêmea os espermas de seu antecessor – como costuma ocorrer entre os insetos.
O percevejo-couro mozena lurida, da Costa Rica faz jus à sua denominação de heteróptero, ou seja, “de asas diversas”. Ssuas asas dianteiras não têm uma composição única, mas são endurecidas em cima, embaixo membranosas e entretecidas de artérias
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Na Europa Central: o percevejo-de-cama cimex lectularius vivia originariamente com morcegos, mas foi habitar com os homens da Idade da Pedra, que buscavam refúgio nas cavernas – e desde então incomoda o homo sapiens.
Percevejos-fogo formam geralmente um grande amontoado para reforçar o efeito de sua cor de sinalização. Ttambém é um percevejo corredor d’água, carregado pela tensão superficial de seu habitat |
Também outros machos de percevejos fazem de tudo para garantir a sua paternidade. Assim, por exemplo, os machos halobates se deixam carregar horas, até dias a fio, pelas fêmeas após a cópula, a fim de manter a concorrência à distância.
O apiomerus pictipes, Costa Rica
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O mais tardar, na criação da prole, em algumas espécies, também os machos são exigidos, como entre os belostomatídeos dos trópicos ou os percevejos aquáticos gigantes. Nesse caso, as fêmeas põem todos seus ovos nas costas de seu marido percevejo. Daí em diante, os pais emergem frequentemente, a fim de arear os ovos, e imergem novamente, para que a prole não seque.
Os percevejos aquáticos gigantes, com até onze centímetros, têm um predador especial: o cozinheiro. Ele os considera os mais saborosos dos quase 100 tipos de percevejos comestíveis. “Paella com percevejos aquáticos gigantes da Tailândia”, “percevejos aquáticos recheados”, “ovos de percevejos aquáticos em alho” – as combinações são variadas.
Percevejo-manchador do algodão do gênero dysdercus, Malásia
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Aguns tipos de percevejo acabam nos terrários dos laboratórios de pesquisa. Principalmente aqueles que são fáceis de criar. Por exemplo, o percevejo-fogo europeu, pyrrhocoris apterus, que com frequência é erroneamente denominado de “escaravelho do fogo”. Ele alcançou uma importância desconhecida da maioria das pessoas: a ciência deve a ele a descoberta do cromossomo X.
Em 1891, o zoólogo alemão Hermann Henking constatou, durante pesquisas sobre a espermatogênese e o desenvolvimento de óvulos em percevejos-fogo, que a metade dos espermas contém uma estrutura adicional. A essa estrutura ele deu o nome de “X”, pois não tinha certeza se se tratava de um cromossomo ou não. Apenas 20 anos mais tarde foi reconhecida a importância do cromossomo X para a determinação genotípica do sexo.
Também a descoberta do assim denominado “fator papel” ocorreu com o auxílio do percevejo-fogo. Trata-se aqui de um fenômeno que impede os insetos de se tornarem adultos, descoberto pelo entomologista tcheco Karel Sláma nos anos 60 do século passado em um laboratório da Universidade de Harvard. Os percevejos-fogo, que ele havia trazido com ele, trocavam agora não apenas cinco vezes de pele, como usualmente, mas constantemente. A última ecdise da larva ao animal adulto foi evitada por alguma razão.
Após vários experimentos, Sláma resolveu estudar a fundo o papel, com o qual forrara os seus terrários. Qual não foi sua surpresa quando verificou que suas crias cresciam normalmente em papel europeu, mas em papel americano permaneciam eternamente jovens ou até morriam.
O pesquisador descobriu que o papel americano é fabricado a partir da madeira do abeto balsâmico – um tipo de árvore que, para defesa contra inimigos predadores, produz uma substância similar a um hormônio, provocando a ecdise dos insetos. Dessa forma, Sláma não descobriu apenas a causa para suas tentativas malogradas de criação, mas também um princípio ativo para o combate de parasitas – graças ao percevejo-fogo.
Na medicina, já cedo os representantes heterópteros se fizeram conhecidos – se bem que de forma duvidosa, como relata o zoólogo Hans-Jürgen Hoffmann.
Para respirar, o percevejo ranatra linearis mantém fora da água seu tubo de respiração fixado no final do corpo, enquanto fica à espreita de sua presa com suas pernas dianteiras de captura
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O médico grego Pedanius Dioscórides escreveu, no século I d.C., que percevejos-de-cama esmagados, introduzidos na uretra, aliviavam espasmos do ureter. O naturalista Plínio, o Velho mencionava percevejos-de-cama como remédio contra hipersonia e picadas de cobra, e ele acrescentava, respeitoso: “Assim, a mãe Natureza concedeu até às menores criaturas forças incomensuráveis.” Ainda hoje, cientistas como o biomédico Ralf Hoffmann confiam nessas forças naturais.
Com seu colega Laszlo Otvos, da Universidade de Temple, na Filadélfia, o chefe da equipe de trabalho em bioanalítica, da Universidade de Leipzig, procura por novos antibióticos – dentre outros, com base em percevejos. Como em todos os insetos, o sistema imunológico desses animais não trabalha com anticorpos, mas com peptídeos muito eficazes, antibacterianos.
Com essas sequências de albumina pretende-se desenvolver substâncias ativas que protejam contra infecções e que possam neutralizar os clones de bactérias resistentes. A demanda por essas substâncias é enorme, já que cada vez mais as bactérias ficam imunes aos antibióticos usuais, diz Hoffmann. Em aproximadamente dez anos, considera o professor, os peptídeos de insetos poderão estar prontos para produção.
Larva de um percevejo-das-plantas, Costa Rica
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Na medicina veterinária, já hoje em dia os percevejos são aplicados com sucesso: eles tiram sangue de animais de zoológicos, de laboratório ou de animais selvagens ameaçados. Esse procedimento é bem menos estressante para os animais de teste do que trabalhar com as agulhas comuns, pois as trombas dos percevejos têm apenas um trigésimo da espessura dessas agulhas, diz Christian Voigt, do Instituto Leibniz para Pesquisa Zoológica e de Animais Selvagens, em Berlim. Isso também elimina a necessidade de anestesiar animais maiores.
De acordo com o estado de larva em que os percevejos se encontram, os cientistas dispõem de cinco agulhas vivas: os menores percevejos sugam aproximadamente 0,1 mililitro de sangue, as maiores, até quatro mililitros.
Fim de um besouro vaquinha: primeiro, o percevejo-das-plantas predador (acima) o espetou em sua tromba, que serve de anzol. Agora, ele mantém a vítima longe da superfície da folha, para sugá-la
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O notonecto carrega com ele a provisão de ar armazenada no abdome, o que lhe permite sobreviver em ambientes aquáticos. Eeste exemplar foi fotografado através de um vidro de aquário. Eele se reflete na superfície da água
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A gulha viIva, matador de bactérias ou prato principal saboroso: os percevejos se revelam um produto potente – que, contudo, não traz apenas coisas boas. Na América Central e do Sul, o barbeiro, da subfamília triatomina, transmite a tripanossomíase, ou doença de Chagas – depois da malária e esquistossomose, a maior incidência de doenças transmitidas por parasitas. Segundo dados da OMS, existem mais de 18 milhões de pessoas infectadas.
o percevejo do algodão, da espécie dysdercus, Malásia
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Outros tipos de percevejos chgam à Europa Central e atacam culturas de cereais ou plátanos, como o “percevejo-laço” corythucha ciliata, trazido nos anos 60 do século passado da América do Norte. Também o notório percevejo-de-cama está de volta como parasita hematófago.
Culpa disso está na crescente vontade de viajar, diz Heinz Mehlhorn, da Heinrich-Heine-Universität, de Düsseldorf. Uma vez contrabandeados na mala ou na mochila, os animais se escondem atrás de rodapés, papel de parede ou tomadas e, atraídos pelo calor do corpo e pela respiração de seus co-habitantes humanos, fazem-lhes visitas noturnas, a fim de lhes sugar o sangue por meio de inúmeras pequenas picadas.
Em geral, as picadas de percevejos- de-cama, com a vermelhidão típica do tamanho de percevejos, os preguinhos de cabeça achatada, não são perigosas, mas incômodas. A intensa comichão, em combinação com o cheiro penetrante no quarto, provoca, segundo Heinz Mehlhorn, “tortura dupla” – acabando, provavelmente também no futuro, e injustamente, com a boa reputação de todo o clã dos percevejos.
A beleza dos Percevejos
Por Christine Heidemann (TEXTO) e Ingo Arndt (FOTOS)
Christine Heidemann e Ingo Arndt já produziram diversas histórias sobre pequenos rastejadores. Em busca de percevejos, desta vez o fotógrafo percorreu habitats na Costa Rica e na Malásia. A autora teve seu encontro mais intenso com percevejos não na Europa, mas ao norte do Laos, onde percevejos aquáticos gigantes são oferecidos em grandes tigelas como iguaria fina.
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Christine Heidemann e Ingo Arndt já têm várias reportagens produzidas sobre pequenos insetos. Em busca desses animais o fotógrafo foi, desta vez, principalmente para seus habitats tropicais na Costa Rica e na Malásia. Já a colaboradora de GEO teve intenso encontro com percevejos não na Europa, mas no norte do Laos, onde grandes bacias com esses bichinhos são oferecidas para venda como fina iguaria |
Fonte: http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/2/artigo134603-1.asp.
Nesta semana, o Tierpark, zoológico localizado em Berlim (na antiga parte oriental), apresentou dois filhotes de pantera negra.
Tratam-se de duas fêmeas, que receberam o nome de Larisa e Sipura. Elas nasceram em 26 de abril.
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O zoológico mantém 7.700 animais de 950 espécies. Apesar dessa variedade, não é o mais famoso da capital da Alemanha.
O zoo mais conhecido do país é o Jardim Zoológico de Berlim (Tiergarten), localizado numa região mais central da cidade. O local mantém 14 mil animais de 1.400 espécies.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u579829.shtml.
Nesta semana, o Tierpark, zoológico localizado em Berlim (na antiga parte oriental), apresentou dois filhotes de pantera negra.
Tratam-se de duas fêmeas, que receberam o nome de Larisa e Sipura. Elas nasceram em 26 de abril.
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O zoológico mantém 7.700 animais de 950 espécies. Apesar dessa variedade, não é o mais famoso da capital da Alemanha.
O zoo mais conhecido do país é o Jardim Zoológico de Berlim (Tiergarten), localizado numa região mais central da cidade. O local mantém 14 mil animais de 1.400 espécies.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u579829.shtml.
Raia com ‘rosto humano’ vira atração na Cisjordânia
Peixe está exposto em uma loja na cidade de Hebron.
Vendedor comprou a raia de um pescador na cidade de Haifa.
Um vendedor palestino mostra na quarta-feira (3) uma raia em sua loja na cidade de Hebron, na Cisjordânia, que ganhou o apelido dos moradores de ‘peixe com rosto humano’. O vendedor comprou a raia de um pescador na cidade de Haifa. (Foto: Hazem Bader/AFP)
Zoológico da Tailândia exibe panda recém-nascida
.O zoológico de Chiang Mai, em Bancoc, apresentou uma nova moradora: uma panda-gigante que nasceu na semana passada. .
.A fêmea recém-nascida terá nome escolhido por meio de um concurso.
O zoo oferece um prêmio de 1 milhão de baht (a moeda local, correspondente a R$ 570) para quem sugerir o melhor nome.
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Aranha Marrom
A aranha marrom é uma das menores aranhas do mundo, e também uma das mais perigosas. Ela tem de 12 mm a 3 cm de tamanho e podem se reproduzir rapidamente. Essas aranhas têm 6 olhos bem próximos, as fêmeas chegam à maturidade sexual em 1 ano e os machos em 1 ano e 3 meses.
Cada fêmea bota ate 130 ovos por vez. Geralmente elas atacam quando pressionadas contra o corpo da vítima, que ocorre geralmente em casa, nas roupas, toalhas, sapatos e na cama.
As aranhas marrons gostam do clima quente, úmido e temperado. Só na América há mais de 50 espécies conhecidas.
Somente de 12 a 24 horas após a picada (que é indolor) o veneno começa seus efeitos no corpo (a variação do tempo de ação do veneno existe pelo fato de que alguns organismos são mais fortes que outros).Os efeitos do veneno, inicialmente são:
– Inchaço.
– Bolhas no local.
– Necrose (morte do tecido).
– Dor no local.
E após algum tempo se não houver a aplicação do antídoto:
– Boca seca.
– Urina escura.
– Sonolência.
Em alguns raros casos pode ocorrer anemia hemolítica (destruição das hemácias) e ate coagulação do sangue.
E preciso aplicar o antídoto o mais de pressa possível para que não haja seqüelas no corpo da vítima da picada. Ao sentir esses sintomas ou perceber a picada da aranha, deve-se ir ao hospital para tomar antídoto.
A aranha marrom é comum principalmente no Paraná, local que apresenta clima favorável a sua proliferação.
Uma aranha marrom vive, em média, 5 anos, sendo que reproduz 7 vezes ao ano.
O soro deve ser aplicado após a percepção dos sintomas ou, se possível, logo após a picada. Os nomes dos soros são: antiloxoscélico ou o soro antiaracnídeo.
O predador natural dessa aranha é a lagartixa, porém, com a urbanização, esse animal tem desaparecido cada vez mais, deixando assim o caminho livre para a reprodução da aranha. Esta causa cada vez mais acidentes (20.000 em 2004). Muitos acham a lagartixa perigosa, porém ela é inofensiva e ajuda no equilíbrio ecológico.
Cadela vira "babá" de filhote de tigre na Alemanha
Uma dachshund se tornou a babá perfeita para um filhote de tigre na Alemanha.
Bessi decidiu cuidar do animal de uma semana de vida no zoológico de Stroehen.
O filhote foi abandonado pelos pais e passou a ser cuidada pelos funcionários do zoo.
Fabian Bimmer/AP | ||
Bessie resolveu bancar a babá para o filhote de tigre de uma semana de vida no zoológico alemão |
A cadela, que pertence ao proprietário do local, também se dispôs à tarefa.
Agora, Bessi monta guarda dia e noite ao lado do pequeno tigre.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u569840.shtml
Por quanto tempo os escorpiões podem viver sem comida
As corcovas dos camelos armazenam água?
Na realidade, uma corcova de camelo é um monte de gordura. Em um camelo saudável e bem alimentado, a corcova pode pesar até 35Kg! Seres humanos e a maioria dos animais armazenam suas gorduras misturadas com o tecido muscular ou em uma camada logo abaixo da pele. Camelos são os únicos animais que possuem corcova.
A corcova permite que o camelo possa sobreviver por um período bem longo de até duas semanas sem precisar se alimentar. Devido ao fato de normalmente os camelos viverem no deserto, onde a comida é escassa em longas distâncias, isso é importante.
Um camelo precisa de cerca de 20 litros de água por dia no verão. Entretanto, um camelo pode perder até 100 litros de água de seus tecidos corporais sem efeitos adversos. Uma coisa que um camelo pode fazer por conservar água é suportar grandes oscilações de temperaturas do corpo. Um camelo pode começar o dia a 35ºC e deixar que sua temperatura suba até 40ºC. Somente no final dessa faixa de temperatura máxima é que ele precisará suar para evitar superaquecimento. Quando você compara essa faixa de temperatura com a faixa do corpo humano, em que meros 2 graus de aumento indicam uma doença, você percebe a vantagem.
Outros dados sobre o camelo:
- um camelo adulto pesa entre 318 a 680 kg e tem até 2,1 metros de altura
- camelos podem viver até a idade de cinqüenta anos
- a gestação das camelas dura cerca de onze meses e elas dão à luz uma única cria
- o camelo macho chega à maturidade aos cinco anos e a fêmea entre os três e quatro anos
- na realidade, os camelos têm três pálpebras: duas delas possuem pestanas e uma terceira é fina
- um camelo pode fechar suas narinas
- o camelo, como os caprinos, come de tudo
- camelos de carga podem carregar cargas de até 181kg por 40km em um dia
Obs.: Os dromedários são do mesmo gênero Camelus, porém apresentam apenas uma bossa (corcova).