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Aprenda a combinar nutrientes

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      Todas as substâncias presentes nos alimentos interagem entre si. E, quando isso acontece, elas podem melhorar ou impedir seu aproveitamento pelo organismo
       Imagine a cena. Na hora do almoço há diversas opções de alimentos naquele restaurante self service. E, para montar um prato saudável e saboroso, você decide incluir um pouco de cada um deles. Folhas verdes, legumes, peixes, produtos integrais e, claro, frutas, para a sobremesa. Afinal, o organismo se encarrega de absorver todos os nutrientes, certo? É aqui que está o X da questão.
Essas combinações ingeridas durante a refeição contêm substâncias que interagem entre si, às vezes para o bem, outras nem tanto.

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       A nutricionista Ana Paula Gines Geraldo, responsável técnica pelo Laboratório de Técnica da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), explica que nem todos os nutrientes presentes no alimento são absorvidos na quantidade em que são consumidos. “Eles passam por várias interações durante a digestão que influenciam de maneira positiva ou negativa na sua absorção”, explica.
SUBSTÂNCIAS EM AÇÃO
      A quantidade de determinado nutriente que está disponível para ser absorvido pelo corpo, na forma em que ele é mais bem aproveitado, é chamada de biodisponibilidade. De maneira mais simples, ela nada mais é do que a capacidade de a substância entrar na célula e cumprir a sua função.
     “O alimento inicia a digestão na boca e vai para o estômago, onde fica diluído no suco gástrico. Depois chega ao intestino, local em que acontece a absorção da maior parte dos nutrientes”, esclarece Maria Cecília Corsi, nutricionista especialista em Clínica Nutricional e Dietética e diretora da Essencial Light.
     O principal motivo pela interação entre os nutrientes é a competição pelo sítio (local) de absorção, em que eles brigam pelo mesmo espaço. Outras possíveis causas são os complexos formados pelas substâncias (que podem aumentar ou diminuir a absorção) e a competição pela mesma célula que os transporta para o intestino.
Na interação benéfica, um nutriente favorece a absorção intestinal e o aproveitamento de outra substância
COMO MISTURAR
     Quando eles interagem, os resultados podem ser tanto positivos quanto negativos para a saúde. Para entender a diferença, as interações benéficas são aquelas em que determinado nutriente favorece a absorção intestinal, transporte, utilização e armazenamento da outra substância. Já na negativa, o corpo absorve menos do que faria se esses nutrientes fossem consumidos separadamente. Dessa forma, enquanto alguns turbinam a ação de certas substâncias, outros não deixam que o corpo o aproveite para as funções do organismo.
Antes de eliminar os alimentos que podem ajudar nessa missão, VivaSaúde lista os nutrientes e suas combinações do bem, para você não errar mais na escolha:
FUSÃO DE IMAGENS: HELTON GOMES
Ferro (feijão) + vitamina C (laranja)
      A popularidade da dupla feijoada com laranja não é à toa. Essa é, de longe, a combinação mais conhecida, justamente por trazer bons resultados para a sua saúde. “Especialmente em pacientes com anemia. No tratamento é recomendado que eles consumam suplementos com as duas substâncias, além de aliar a ingestão de alimentos que as contenham”, explica a nutricionista Daniela Jobst, diretora da NutriJobst.
Segundo a nutricionista Ana Paula, o consumo da vitamina C (ácido ascórbico) aumenta o aproveitamento do ferro não-heme (aquele que é fornecido pelos vegetais) porque o mantém em sua melhor forma de absorção. Por essa razão, é tido como um estimulante da absorção do mineral. Outra sugestão para unir as duas ações é beber suco de laranja no almoço, em que seja consumido feijão. O abacaxi de sobremesa também é uma alternativa.
FUSÃO DE IMAGENS: HELTON GOMES
Vitamina A (cenoura) + ferro (feijão)
      O melhor aproveitamento do ferro acontece porque a vitamina A se une a ele durante a digestão e forma um complexo solúvel, impedindo, assim, que ele se junte a outras substâncias que poderiam prejudicar sua digestão.
A lista de fontes de vitamina A vai além. Podem ser incorporados à alimentação a gema do ovo, damasco, pêssego e as hortaliças de coloração alaranjada (abóbora, cenoura e pimentão amarelo) e verde- escura (acelga, agrião, almeirão, couve, pimentão verde e rúcula). O espinafre é uma boa pedida, já que contém ambos os nutrientes.
Vitamina A (cenoura) + vitamina E (soja)
      Se uma vitamina sozinha é pra lá de benéfica à saúde, o que dizer de duas juntas? Pois é isso mesmo o que acontece: as propriedades nutricionais ganham uma força a mais. Com essa combinação, a vitamina A é mais bem absorvida pelo organismo, pois a vitamina E possui efeito antioxidante sobre os lipídios (gorduras) que a transportam. O resultado são olhos mais protegidos e sistema imunológico funcionando a todo vapor.
Ana Paula Geraldo é quem indica os campeões de vitamina E, pra começar agora a combinação. Anote e não se esqueça de incluí-los no cardápio: cereais como gérmen de trigo, soja, arroz, algodão, milho, girassol e todos os óleos feitos à base deles; amêndoas, nozes e a castanha-dobrasil (a antiga castanha-do-pará).
O estado nutricional do indivíduo atrapalha o aproveitamento das substâncias. Uma mulher grávida, por exemplo, absorve mais nutrientes que uma não-gestante
FUSÃO DE IMAGENS: HELTON GOMES
Cálcio (leite) + vitamina D (manteiga, gema de ovo, sol)
     A vitamina D aumenta a absorção de cálcio no intestino delgado (duodeno e jejuno), em aproximadamente 30% a 40%. “A alimentação com vitamina D ainda ajuda os rins a eliminar o mineral, uma forma eficiente de prevenir a formação de cálculos no órgão”, explica Solange de Oliveira Saavedra, nutricionista e gerente técnica do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo e Mato Grosso do Sul (CRN-3). Para abastecer o corpo de cálcio, iogurtes, queijos brancos, tofu e aveia são opções ao leite. Já para a vitamina D potencializar seu efeito, não há essa mesma variedade. As fontes da substância que podem ser ingeridas para esse fim são limitadas. “Os melhores fornecedores nesse caso são os óleos de fígado e peixe e também o próprio fígado, manteiga e gema de ovo. A exposição ao sol é uma ótima forma de conseguir boas doses dessa vitamina”, lista Solange. Lembre-se: para o efeito desejado, dez minutos de luz solar são suficientes.
FUSÃO DE IMAGENS: HELTON GOMES
 Gorduras (azeite) + vitamina K (brócolis) ou licopeno (tomate)
    Quem acha que gorduras são somente aquelas que fazem um tremendo mal à saúde, especialmente a do coração, precisa rever seus conceitos. Mas é claro que quando se fala nelas são as do bem, como as mono e poli-insaturadas. Além de serem benéficas em diversas funções corporais, elas permitem que uma quantidade maior de vitamina K, essencial para a coagulação do sangue, seja incorporada ao organismo.
   Os alimentos fontes dessa vitamina são as folhas verdes, como brócolis, repolho, couve e alface, além de nabo, fígado e gema de ovo.
Outra substância favorecida com a ingestão de gorduras é o licopeno, presente em alimentos de tom avermelhado como framboesa, morango, melancia e tomate. Uma dica da nutricionista Daniela Jobst é acrescentar azeite ao molho de tomate, naquela típica macarronada de domingo.
Além da alimentação
   
   Não basta aprender a combinar os nutrientes, é preciso atentar para outros fatores relacionados às interações negativas. O estado nutricional do indivíduo é um dos problemas para o aproveitamento das substâncias. Por exemplo, uma mulher grávida absorve mais nutrientes que uma não-gestante, enquanto o idoso perde mais, já que não possui a mesma quantidade de enzimas digestivas de um adulto jovem. A microbiota intestinal precisa funcionar adequadamente, afinal a absorção das substâncias acontecerá no próprio intestino. Doenças metabólicas (como obesidade e diabetes tipo 2), assim como antibióticos, antiácidos e drogas para perda de peso também mexem com as funções orgânicas, atrapalhando a ação de vitaminas e minerais.
Evite a perda do:
 
     Cálcio. Falta de cálcio resulta em um tremendo mal para os ossos, podendo levar a osteoporose. E o aproveitamento do mineral fica comprometido quando o ferro entra em ação. “Os dois nutrientes disputam a absorção no organismo e, nesse caso, a competição será mais favorável ao cálcio”, analisa a nutricionista Solange Saavedra. O melhor é deixar para consumir as fontes de cálcio fora das refeições principais (almoço e jantar).
    Cobre. “O excesso de zinco prejudica a absorção do cobre por competirem pela mesma proteína na mucosa intestinal”, explica Karine Daud, nutricionista da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem-Estar. O cobre é utilizado pelo organismo na síntese da hemoglobina e do hormônio da adrenalina e na formação de tecidos. Atente-se para não misturar carnes bovinas, aves, leite e derivados (fontes de zinco) com vísceras (fígado e rim), nozes, frutas secas e cereais integrais (que contêm cobre).
    Zinco. Esse micronutriente forma uma barreira protetora no organismo contra gripes e resfriados e ajuda no desenvolvimento do aparelho reprodutor. Mas, para não prejudicar seu trabalho, é preciso consumir ferro e cálcio nas quantidades recomendadas (8 g para o primeiro e 1 g para o segundo). Outra substância que, quando consumida em excesso, elimina o zinco é o ácido fólico, presente no fígado, abacate e brócolis. O jeito, então, é apostar no consumo adequado (11 g) de zinco, investindo em ostras, carnes vermelhas magras, iogurtes e cereais enriquecidos com o mineral.
    Ferro. O oxalato, substância presente na beterraba, no espinafre e na batata-doce também diminui a absorção do ferro não-heme. Já os taninos, encontrados no chá mate e preto, prejudicam apenas a absorção do ferro heme.
Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/73/artigo132160-1.asp
Por: Sílvia Dalpicolo

21/06/2009 Posted by | Curiosidades, Fisiologia, Saúde, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Um em cada cem bebês nasce com defeito congênito no coração

Hospitais cardiológicos de São Paulo estão fazendo partos de mães cujos bebês têm cardiopatias congênitas graves e que podem morrer se não forem operados em tempo hábil. O HCor (Hospital do Coração) tem realizado um parto por semana, e o InCor (Instituto do Coração), um por mês.

Novas pesquisas mostram que as chances de sobrevida do bebê cardiopata aumentam em 50% quando ele recebe atendimento cardiológico adequado -que pode incluir cirurgia- antes e logo após o nascimento.

Uma em cada cem crianças nascidas possui defeito congênito no coração. O número é superior à síndrome de Down, por exemplo, que atinge um bebê a cada mil nascimentos.

Segundo a cardiologista fetal e pediátrica Simone Pedra, coordenadora da unidade fetal do HCor, a demora na realização de procedimentos e o transporte do bebê cardiopata de uma maternidade até um hospital cardíaco podem piorar muito o quadro clínico.

“As crianças nascem bem, mas vão se instabilizando com o passar das horas. Por isso é fundamental fazer os procedimentos necessários antes que a situação fique crítica”, explica.

O cardiologista Miguel Barbero Marcial, responsável pela unidade de cirurgia pediátrica do InCor, afirma que um bebê que nasce em uma maternidade, sem o diagnóstico pré-natal da cardiopatia, costuma chegar às unidades cardiológicas em estado muito crítico.
“Precisamos primeiro estabilizar o pulmão, os rins e os demais órgãos para depois operar. É muito diferente quando o bebê nasce [no hospital cardiológico], vai direto para uma UTI neonatal cardiológica e logo depois é operado”, diz Marcial.

Há três meses, o HCor começou a atender gestantes do programa “Mãe Paulistana”, por meio de uma parceria com a Prefeitura de São Paulo. Quando detectada a anomalia no bebê, a mulher é encaminhada para o HCor, que a acompanha durante a gestação, no parto e após o nascimento da criança.

Anteontem, a dona de casa Marciléia de Jesus Claudino, 22, participante do programa, deu à luz Guilherme no HCor. O bebê, que foi operado ontem, tem a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo. A doença se caracteriza pelo não desenvolvimento correto do lado esquerdo do coração.

Marciléia descobriu a cardiopatia do filho na 36ª semana de gestação, durante um ecocardiograma fetal. “Foi um susto grande, mas fiquei mais tranquila quando soube que poderia fazer o parto aqui [no HCor]”, afirma. O nascimento ocorreu na 38ª semana.

No passado, a taxa de mortalidade dessa doença era de 95%. Hoje, se a criança receber tratamento adequado, a sobrevida chega a 90%. Se o diagnóstico for tardio, a taxa é de 60%.
No entanto, muitas crianças no Brasil ainda nascem com essa síndrome e morrem nos primeiros dias de vida, sem diagnóstico correto. “Antigamente, acreditava-se que a criança morria de sepse, um quadro infeccioso grave. É a evolução da doença. A criança nasce bem, entra em choque e vai a óbito rapidamente”, explica Pedra.

Para o diagnóstico precoce dessas cardiopatias, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda a realização do ecocardiograma no pré-natal. No SUS, são poucos os municípios que fazem o rastreamento para a detecção do problema.

Em Porto Alegre (RS), há um programa do Instituto de Cardiologia em que médicos vão até os postos de saúde e fazem ecocardiograma fetal em todas as gestantes, por meio de um aparelho portátil. Quando há suspeita de algum problema cardíaco no feto, a mulher é encaminhada ao instituto para acompanhamento e, se for o caso, dá à luz no local.

“Se o feto apresenta arritmia, por exemplo, a mãe recebe medicação. Com isso, esses bebês nascem bem, a termo, em condições de continuar o tratamento depois do parto”, explica o cardiologista Luiz Henrique Nicoloso, da unidade de cardiologia fetal do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre.

O diagnóstico de algumas anomalias acontece a partir da 12ª semana de gestação

.Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u579850.shtml

11/06/2009 Posted by | Anatomia, Fisiologia, Genética, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Um em cada cem bebês nasce com defeito congênito no coração

Hospitais cardiológicos de São Paulo estão fazendo partos de mães cujos bebês têm cardiopatias congênitas graves e que podem morrer se não forem operados em tempo hábil. O HCor (Hospital do Coração) tem realizado um parto por semana, e o InCor (Instituto do Coração), um por mês.

Novas pesquisas mostram que as chances de sobrevida do bebê cardiopata aumentam em 50% quando ele recebe atendimento cardiológico adequado -que pode incluir cirurgia- antes e logo após o nascimento.

Uma em cada cem crianças nascidas possui defeito congênito no coração. O número é superior à síndrome de Down, por exemplo, que atinge um bebê a cada mil nascimentos.

Segundo a cardiologista fetal e pediátrica Simone Pedra, coordenadora da unidade fetal do HCor, a demora na realização de procedimentos e o transporte do bebê cardiopata de uma maternidade até um hospital cardíaco podem piorar muito o quadro clínico.

“As crianças nascem bem, mas vão se instabilizando com o passar das horas. Por isso é fundamental fazer os procedimentos necessários antes que a situação fique crítica”, explica.

O cardiologista Miguel Barbero Marcial, responsável pela unidade de cirurgia pediátrica do InCor, afirma que um bebê que nasce em uma maternidade, sem o diagnóstico pré-natal da cardiopatia, costuma chegar às unidades cardiológicas em estado muito crítico.
“Precisamos primeiro estabilizar o pulmão, os rins e os demais órgãos para depois operar. É muito diferente quando o bebê nasce [no hospital cardiológico], vai direto para uma UTI neonatal cardiológica e logo depois é operado”, diz Marcial.

Há três meses, o HCor começou a atender gestantes do programa “Mãe Paulistana”, por meio de uma parceria com a Prefeitura de São Paulo. Quando detectada a anomalia no bebê, a mulher é encaminhada para o HCor, que a acompanha durante a gestação, no parto e após o nascimento da criança.

Anteontem, a dona de casa Marciléia de Jesus Claudino, 22, participante do programa, deu à luz Guilherme no HCor. O bebê, que foi operado ontem, tem a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo. A doença se caracteriza pelo não desenvolvimento correto do lado esquerdo do coração.

Marciléia descobriu a cardiopatia do filho na 36ª semana de gestação, durante um ecocardiograma fetal. “Foi um susto grande, mas fiquei mais tranquila quando soube que poderia fazer o parto aqui [no HCor]”, afirma. O nascimento ocorreu na 38ª semana.

No passado, a taxa de mortalidade dessa doença era de 95%. Hoje, se a criança receber tratamento adequado, a sobrevida chega a 90%. Se o diagnóstico for tardio, a taxa é de 60%.
No entanto, muitas crianças no Brasil ainda nascem com essa síndrome e morrem nos primeiros dias de vida, sem diagnóstico correto. “Antigamente, acreditava-se que a criança morria de sepse, um quadro infeccioso grave. É a evolução da doença. A criança nasce bem, entra em choque e vai a óbito rapidamente”, explica Pedra.

Para o diagnóstico precoce dessas cardiopatias, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda a realização do ecocardiograma no pré-natal. No SUS, são poucos os municípios que fazem o rastreamento para a detecção do problema.

Em Porto Alegre (RS), há um programa do Instituto de Cardiologia em que médicos vão até os postos de saúde e fazem ecocardiograma fetal em todas as gestantes, por meio de um aparelho portátil. Quando há suspeita de algum problema cardíaco no feto, a mulher é encaminhada ao instituto para acompanhamento e, se for o caso, dá à luz no local.

“Se o feto apresenta arritmia, por exemplo, a mãe recebe medicação. Com isso, esses bebês nascem bem, a termo, em condições de continuar o tratamento depois do parto”, explica o cardiologista Luiz Henrique Nicoloso, da unidade de cardiologia fetal do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre.

O diagnóstico de algumas anomalias acontece a partir da 12ª semana de gestação

.Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u579850.shtml

11/06/2009 Posted by | Anatomia, Fisiologia, Genética, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Amor ao primeiro cheiro?

O sistema imune foi evolutivamente moldado para a defesa de nosso organismo contra a invasão de agentes estranhos como vírus e bactérias e para impedir o desenvolvimento de doenças como o câncer. Ele é capaz de distinguir entre as moléculas do indivíduo e aquelas estranhas ao seu organismo. Sua atuação depende em grande parte do complexo principal de histocompatibilidade, mais conhecido a partir de sua abreviatura inglesa MHC.

O MHC é uma região cromossômica que ocorre em todos os vertebrados mandibulados e que tem dezenas de genes envolvidos na imunidade inata e adaptativa. Esses genes são ativados em resposta à presença de elementos “estranhos” ao organismo do indivíduo (proteínas, polissacarídeos e lipossacarídeos que não são normalmente encontrados ali). Esses elementos estranhos, conhecidos como antígenos ou imunógenos, são capazes de ativar uma reação de defesa do organismo — a reação imune.


As moléculas do MHC têm uma estrutura única para cada indivíduo. Estudos mostraram que essa diversidade é capaz de influenciar a suscetibilidade e a resistência dos indivíduos contra doenças. Há um consenso de que a batalha que a nossa espécie tem travado por milhares de anos contra patógenos tem influenciado a evolução desses genes.

Falhas na função normal do MHC costumam provocar uma imunodeficiência severa, doenças autoimunes, desenvolvimento de tumores e até a morte. O MHC influencia ainda a rejeição a enxertos e a tolerância fetal durante a gravidez. Além disso, alguns de seus genes são essenciais para o desenvolvimento e funcionamento do sistema nervoso e remodelamento sináptico.

Algumas pesquisas sugeriram que o MHC estaria envolvido também na função olfatória, na escolha de parceiros e na reprodução dos vertebrados. Contudo, esses estudos têm ainda enfrentado ceticismo. Mas como esse complexo poderia influenciar a seleção de parceiros? Antes de discutir isso, precisamos entender o papel da sua diversidade em diferentes indivíduos.

A variabilidade do MHC

Talvez o aspecto mais marcante do MHC seja a sua extraordinária diversidade genética. Os genes clássicos para o MHC possuem centenas de variantes (ou alelos) e estão entre os mais polimórficos do genoma humano. Esses polimorfismos ocorrem principalmente na região de ligação das proteínas produzidas pelo MHC com os peptídeos derivados dos antígenos, o que sugere que a seleção favoreça a variabilidade nesses locais. Mas que fatores podem influenciar essa diversidade?

Os alelos do MHC parecem ter sido selecionados por sua habilidade de proteger os organismos contra agentes infecciosos. No homem, por exemplo, esses alelos estão associados à resistência contra inúmeras doenças como Aids, malária, tuberculose, hepatite e lepra.

Outros estudos mostram também que a variabilidade do MHC influencia a resistência em populações silvestres de peixes, roedores, serpentes e carneiros. Esses resultados são particularmente interessantes, pois indicam o impacto desses genes sobre a adaptação de populações na natureza. Além disso, análises indicam que a presença de alelos diferentes em roedores, peixes e mesmo no homem tem tornado seus portadores mais resistentes a infecções em comparação com indivíduos que possuem alelos similares.

A diversidade do MHC talvez seja mantida nas populações devido ao valor seletivo dos alelos menos frequentes. Alelos raros ou novos são benéficos para seus portadores, pois os patógenos não estão adaptados a eles.

Seleção sexual e MHC

Por outro lado, algumas pesquisas chamaram a atenção para uma associação surpreendente (e controversa!) entre o MHC e a biologia de seus portadores. Segundo esses estudos, os genes do MHC podem estar sujeitos a um processo de seleção sexual, que influenciaria as preferências de acasalamento de seus portadores e proporcionaria a geração de uma prole mais resistente imunologicamente.

Estudos mostram que essas aves tendem a preferir parceiros que possuam alelos específicos do MHC.
Em populações de espécies como o faisão, os indivíduos parecem selecionar parceiros que possuam alelos específicos do MHC. Nesse caso, a maioria dos indivíduos apresentará preferências similares na escolha de parceiros e esse comportamento pode gerar, após algum tempo, uma uniformidade em relação a esses genes nessa população. Para traçar um equivalente com a espécie humana, seria como se todas as mulheres se relacionassem apenas com homens parecidos com o Brad Pitt.

Em outras espécies, pesquisas mostram que os indivíduos selecionam parceiros que apresentam MHCs similares aos seus próprios — pardais são um exemplo. Já em camundongos, os casais são formados preferencialmente por indivíduos que possuem MHCs diferentes. Nesse caso, haverá uma maior gama de escolha para as populações analisadas.

Olfato e MHC

Mas como se dá a seleção de parceiros baseada no MHC? Estamos falando aqui de moléculas – proteínas codificadas pelos genes desse complexo – presentes na superfície de células específicas relacionadas com a defesa imune, um processo que ocorre muitas vezes de forma imperceptível no interior de nossos corpos.

De acordo com os resultados de alguns estudos, a percepção olfatória desempenharia um papel central nesse processo. Os fragmentos dos antígenos associados ao MHC podem ser diluídos em fluidos corporais como a urina, a saliva e o suor. Essas moléculas poderiam assim ser captadas por neurônios sensitivos olfatórios presentes em outros indivíduos, de forma a desencadear sensações agradáveis ou não.

Uma outra explicação sugere que as moléculas de MHC parcialmente degradadas poderiam transportar substâncias circulantes voláteis capazes de serem captadas por receptores olfativos. Há ainda uma terceira hipótese, segundo a qual as moléculas de MHC poderiam moldar a proliferação de populações da flora bacteriana presentes em um indivíduo. Estas, por sua vez, poderiam produzir moléculas odoríferas.

Como a diversidade de fragmentos de antígenos associados ao MHC é específica para cada indivíduo, cada um teria um padrão único de odores que podem atrair — ou não — indivíduos do sexo oposto.

MHCs e seleção sexual no homem

Ainda há muita controvérsia quanto à influência dos genes do MHC sobre as preferências de acasalamento em seres humanos. A maioria das pesquisas sobre o assunto foi realizada a partir da análise da relação entre a preferência por odores corporais e a variabilidade de MHCs em grupos de indivíduos selecionados.

Em um exemplo bem conhecido, estudantes universitários foram analisados com relação ao prazer que sentiam após serem expostos a odores presentes em camisetas utilizadas por pessoas que possuíam MHCs similares ou diferentes. Em geral, as mulheres preferiram odores de homens com MHCs diferentes dos seus. Esse padrão foi o oposto em mulheres que tomam anticoncepcionais. Os homens, por sua vez, também preferiram mulheres com MHCs diferentes, embora os resultados não fossem significativos nesse caso.

Uma pesquisa realizada recentemente por uma equipe chefiada por Maria da Graça Bicalho, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apontou uma associação entre o MHC e a atração entre casais. Realizado com 90 casais e apresentado em um congresso da Sociedade Europeia de Genética Humana em Viena, Áustria, o estudo concluiu que, inconscientemente, as pessoas tendem a escolher como parceiros indivíduos que apresentem diferenças significativas em relação a seu próprio MHC.

Obviamente, existe uma série de outros fatores envolvidos na escolha de parceiros entre nós, humanos. Fatores sociais e comportamentais são sem dúvida preponderantes nessa escolha. Mas quem poderia imaginar que talvez também estejamos escolhendo nossos amores pelo cheiro?

Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/146609
Jerry Carvalho Borges
Universidade do Estado de Minas Gerais
05/06/2009

SUGESTÕES PARA LEITURA
Grob,B., Knapp,L.A., Martin,R.D., and Anzenberger,G. (1998). The major histocompatibility complex and mate choice: inbreeding avoidance and selection of good genes. Exp. Clin. Immunogenet. 15, 119-129.
Jordan,W.C. and Bruford,M.W. (1998). New perspectives on mate choice and the MHC. Heredity 81 (Pt 3), 239-245.
Klein,J., Sato,A., and Nikolaidis,N. (2007). MHC, TSP, and the origin of species: from immunogenetics to evolutionary genetics. Annu. Rev. Genet. 41, 281-304.
Marrack,P., Rubtsova,K., Scott-Browne,J., and Kappler,J.W. (2008). T cell receptor specificity for major histocompatibility complex proteins. Curr. Opin. Immunol. 20, 203-207.
Piertney,S.B. and Oliver,M.K. (2006). The evolutionary ecology of the major histocompatibility complex. Heredity 96, 7-21.
Traherne,J.A. (2008). Human MHC architecture and evolution: implications for disease association studies. Int. J. Immunogenet. 35, 179-192.

07/06/2009 Posted by | Bioquímica, Curiosidades, Fisiologia, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Níveis elevados de açúcar no sangue associam-se ao declínio das funções mentais

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Pesquisadores do centro médico da Universidade de Columbia (Nova York, Estados Unidos) suspeitam que níveis elevados de açúcar no sangue (glicemia) podem afetar o giro dentado – uma área do cérebro que participa da formação de memórias – e levar ao declínio das funções mentais.
Um total de 240 voluntários idosos tiveram o seu cérebro mapeado através de ressonância magnética funcional de alta resolução. No exame, os pesquisadores observaram que os indivíduos com altos níveis glicêmicos tinham um menor volume de sangue no giro denteado do cérebro, sinal da redução da atividade local ou que a função metabólica na região estava diminuída.
“A redução do volume de sangue no cérebro pode ser observada mesmo quando os níveis de glicemia no sangue são apenas ligeiramente elevados”, afirmou o principal investigador do estudo, o Dr. Scott Small. A descoberta pode explicar  parte do declínio mental relacionado à idade.
“A capacidade do organismo em controlar a glicemia começa a se deterior na terceira ou quarta década de vida.Mas essa função melhora com a prática de atividade física e uma alimentação adequada”, conclui o Dr. Small.
Fonte:Annals of Neurology(2008).

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06/06/2009 Posted by | Fisiologia, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Fim da picada para os diabéticos…

Microchip implantado sob a pele medirá glicose no sangue e auxiliará no tratamento do diabetes
O chip, do tamanho de um grão de feijão, é implantado sob a pele de pacientes de diabetes tipo 2. O dispositivo mede a glicose no sangue e armazena dados pessoais, como tipo sanguíneo, alergias e medicamentos administrados, facilitando o atendimento médico

Um chip implantado sob a pele, que mede a glicose no sangue e carrega informações médicas do diabético. Tudo concentrado em um dispositivo do tamanho de um grão de feijão. Pode parecer ficção científica, mas pesquisadores da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais, se aproximam da confecção de um aparelho que promete simplificar o tratamento do diabetes tipo 2, doença cerca de 10 vezes mais recorrente do que a do tipo 1, sobretudo após os 40 anos de idade.

Segundo a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad), o diabetes tipo 2 atinge cerca de 12 milhões de pessoas, cujas células adquirem resistência à insulina. O tratamento inicial inclui dieta e medicamento oral quando necessário. Com a progressão da doença, é preciso aplicar injeções subcutâneas de insulina diariamente.

A medição da glicose deve ser feita constantemente para controlar os danos causados pela hiperglicemia (excesso de glicose no sangue) por meio de ajustes na alimentação e na medicação. Atualmente, o próprio paciente pode coletar uma gota de sangue de seu dedo para fazer essa medição, mas o procedimento ainda causa grande desconforto, especialmente se realizado algumas vezes ao dia.

Para melhorar a qualidade de vida dos diabéticos, formou-se uma parceria na Unifei entre o grupo de microeletrônica, à frente o engenheiro Tales Cleber Pimenta, e o grupo de biosensores e materiais, coordenado por Álvaro Antônio Alencar de Queiroz. A equipe de Pimenta monta circuitos de baixas tensão e potência, apropriados para o implante em humanos. Já a de Queiroz pesquisa materiais que reagem eletricamente à presença de elementos no sangue.

Com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), o projeto juntou essas duas tecnologias para desenvolver um microchip de longa duração capaz de detectar a quantidade de glicose no sangue.

A ideia é que os microchips possam ser implantados embaixo da pele, de forma semelhante a que é feita para monitoração de espécies ameaçadas de extinção. O dispositivo irá medir o nível de glicose no sangue e transmitir o resultado por sinal de rádio para um aparelho externo colocado sobre a pele. Esse aparelho poderá inclusive acionar uma bomba de infusão para liberação de insulina diretamente no organismo, sem que haja qualquer intervenção exterior.

Implante
A próxima etapa da pesquisa, iniciada há dois anos, é fazer outras medidas, tais como níveis de colesterol, ureia e oxigênio. Também está previsto o armazenamento de dados pessoais do paciente, como nome, tipo sanguíneo, alergias e medicamentos administrados. “Isso facilitaria muito no atendimento médico, especialmente em casos de emergência”, explica Pimenta.

O pesquisador ressalta que os microchips também são uma alternativa econômica. “Atualmente, as pessoas furam o dedo várias vezes ao dia, o que, além de causar desconforto, gasta muito material. O microchip seria um implante de longa duração sem despesas posteriores”, afirma. O acesso à nova tecnologia sairia hoje por cerca de US$ 250, contando os custos do chip, da sua implantação e do aparelho externo para medição. Os pesquisadores esperam que em dois anos o chip esteja pronto para os testes clínicos, quando se saberá se são aptos para o implante em humanos.

Fonte:http://cienciahoje.uol.com.br/145141
Marcella Huche
Ciência Hoje/RJ

06/06/2009 Posted by | Fisiologia, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Botox Ajuda volta a andar de paralisado

Australiano paralisado por 23 anos volta a andar após aplicação de Botox

Um australiano que estava paralisado havia mais de duas décadas após ter sofrido um derrame conseguiu voltar a andar graças a um tratamento com injeções de Botox.

Russel McPhee, que tinha apenas 26 anos quando sofreu um derrame e ficou confinado a uma cadeira de rodas, diz conseguir andar até cem metros sem a ajuda de andadores.

O Botox, nome comercial da toxina botulínica, tem o efeito de relaxar a musculação, e é normalmente associado ao tratamento estético, para a eliminação de rugas de expressão.

Mas o uso da toxina botulínica já é aprovado há vários anos para o tratamento de espasmos que impedem o movimento normal de membros em vítimas de derrames e fraturas da medula espinhal ou de pacientes de esclerose múltipla.

Surpresa O caso de McPhee surpreendeu os médicos, porém, já que normalmente o tratamento com injeção de Botox apresenta melhores resultados quando iniciado pouco após o aparecimento do problema.

Segundo o médico Nathan Johns, que tratou McPhee no centro de reabilitação St. John of God Nepean, a aplicação do Botox em pacientes de derrame normalmente ajuda a reduzir a rigidez dos membros, mas por outro lado enfraqueceria também o músculo, tornando difícil a recuperação dos movimentos.

Além disso, quanto mais tempo a pessoa fica paralisada, mais fracos estariam seus músculos. No caso de McPhee, porém, teria ajudado o fato de ele ter tentado, ao longo dos anos, se movimentar sozinho. Apesar de nunca ter conseguido ficar mais do que poucos segundos de pé, isso teria ajudado a manter a musculação das pernas forte, ajudando no resultado do tratamento com o Botox.

Segundo Lisa Norman, diretora do St John of God Nepean, o centro vem usando a toxina botulínica nesse tipo de tratamento há cinco anos, “com variados graus de sucesso”. “Mas o que torna o caso de Russell tão único é que sua melhora foi tão dramática. Ele estabeleceu para si um objetivo de voltar a andar e estava determinado a fazer isso acontecer”, disse.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/06/05/ult5025u165.jhtm

05/06/2009 Posted by | Fisiologia, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Chega de fumaça no focinho

O cigarro que você acende faz mal para toda a família, inclusive para o seu amigão de todas as horas.

Provavelmente você nunca parou pra pensar nisso, mas o animal que convive com o cigarro dos donos é um fumante passivo. E sofre com isso, assim como todos ao redor.Cães e gatos estão sujeitos à rinite e a outras irritações nasais, e até ao câncer”, diz o veterinário José Manoel Mouriño, da clínica Pet Place, em São Paulo.

Portanto, não custa repetir o que você já deve ter ouvido milhares de vezes: o tabaco contém dezenas de substâncias cancerígenas e milhares de outras toxinas. Quem está por perto inala cerca de 85% da fumaça venenosa (e o seu animal de estimação está sempre do seu lado, para o que der e vier, não é verdade?).

Faça o bem

Se você ainda não se convenceu de que o melhor é largar o vício de uma vez por todas, pelo menos evite soltar fumaça perto do coitadinho. Afinal, o animal não tem nada a ver com sua escolha. Procure uma janela, uma varanda ou qualquer outro lugar aberto.

Para conscientizar você do mal que a fumaça causa aos focinhos de cães e gatos, veja o resultado de alguns estudos que foram feitos no Brasil e no mundo. E aproveite para abandonar o cigarro e contribuir para manter sua saúde e a de toda a família.

Os cães sofrem…
O veterinário Marcello Roza realizou uma pesquisa para a Universidade de Brasília que mostra o efeito do cigarro nos pets. O estudo foi feito com 30 cães da raça yorkshire. Quinze deles tinham dono fumante. Resultado: todos os cães que eram fumantes passivos apresentaram problemas no sistema respiratório devido à exposição constante à nicotina e ao alcatrão. As raças mais prejudicadas pelo fumo passivo são as de pequeno porte, que ficam mais próximas do dono. “A ameaça cresce ainda mais se o cão tiver focinho curto (como os buldogues). Cães com esse tipo de nariz não filtram direito o ar. E as toxinas vão parar no pulmão, causando câncer”, diz o veterinário.

… e os gatos mais ainda
Os bichanos também sofrem bastante com o cigarro do dono. Gatos que são fumantes passivos têm o dobro de chance de apresentar linfoma felino do que aqueles que não ficam expostos à fumaça. É o que mostrou uma pesquisa realizada na Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. O linfoma felino, doença que é popularmente conhecida como aids felina, acaba com as defesas do animal. Assim, ele corre perigo de vida. O risco cresce de acordo com o tempo que o peludo fica exposto às substâncias tóxicas do cigarro. Pior do que os cães, os gatos, além de inalarem a fumaça tóxica, também ingerem as substâncias quando lambem os próprios pêlos.

 Fonte:http://mdemulher.abril.uol.com.br/animais/reportagem/cuidados/chega-fumaca-focinho-396223.shtml

31/05/2009 Posted by | 1° Ano Biologia, 2° Ano Biologia, 3° Ano Biologia, Ecologia, Fisiologia, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Biólogo quer fazer cobaia com neurônio de criança autista

Quando o biólogo Alysson Muotri publicou um trabalho envolvendo injeção de células humanas em embriões de roedores, em 2005, seu laboratório recebeu diversos e-mails hostis. “Diziam que eu queria criar a ilha do dr. Moreau aqui”, conta. A ideia, porém, não era gerar bestas meio humanas e meio animais como as do livro de H.G. Wells. Muotri quis mostrar como usar a técnica para estudar doenças humanas em cobaias. E seu objetivo, afinal, será posto à prova agora –num trabalho sobre autismo.
O experimento que o grupo do biólogo na Universidade da Califórnia em San Diego está fazendo começa com a obtenção de células de crianças portadoras da doença. Elas são depois revertidas para o estágio similar ao de células-tronco de embriões e então transformadas em neurônios primitivos.
Essas células, então, podem ser usadas tanto para estudar aspectos celulares e moleculares do autismo quanto para a injeção em embriões de animais. Uma vez chegando a esse estágio, os cientistas serão capazes de criar quimeras: indivíduos em que uma parte das células tem DNA de uma espécie, e uma segunda parte, de outra.
Arte/Folha
Usando esses animais quiméricos para compará-los com outros comuns, Muotri espera obter informações sobre como o autismo se manifesta fisiologicamente. É uma abordagem ousada para estudar uma doença ainda cercada de mistério.
“Ainda não se sabe bem como é a divisão entre a contribuição ambiental e a contribuição genética do autismo”, diz Muotri. Nesse contexto, o estudo com células de animais quiméricos tem uma vantagem. “A gente não precisa nem saber quais são os genes envolvidos.”
Uma desvantagem, em contrapartida, é a polêmica que a ideia de criar animais quiméricos costuma gerar. Por ter objetivos específicos e bem demonstrados, Muotri conseguiu passar pelo crivo de um comitê de ética para fazer seus experimentos, mas foi proibido de gerar as cobaias quiméricas indefinidamente. Seus animais não poderão se reproduzir.
Quem teme ver algo parecido com o homem-leopardo do Dr. Moreau, porém, não precisa se preocupar. As células humanas incorporadas ao cérebro do roedor devem ser de 0,1% a 1,0%, diz Muotri. Talvez isso nem seja suficiente para despertar sintomas da doença na cobaia. E acreditar que um rato pode se tornar “autista”, claro, é algo relativo, já que a doença é caracterizadas por inibir habilidades de cognição humanas.
Em modelos para estudo da epilepsia -outro experimento considerado por Muotri–, porém, isso poderia acontecer: um roedor ter surtos como os de humanos epilépticos. “Seria um resultado fenomenal, porque mostraria que a doença é “autônoma”, está codificada em cada neurônio”, diz Muotri, com a ressalva de que não espera ver isso logo de cara.
O temor público às quimeras, ao que parece, não foi tão intenso quanto a reação negativa à pesquisa de 2005 permitia prever. No caso da epilepsia, foi a própria comunidade de portadores da doença e familiares que pediu a Muotri que elaborasse uma proposta de estudo.
Vencidos preconceitos, porém, vem agora a parte mais difícil: fazer o experimento. As culturas de neurônios com DNA de autistas devem ficar prontas ainda neste ano, criando um material que já pode ser usado para pesquisar alguns aspectos da doença, diz Muotri. Mas a criação das quimeras ainda tem barreiras técnicas.
Os cientistas pretendem que as células humanas ocupem partes específicas do cérebro dos roedores, mas ainda não descobriram como fazer isso.
O grupo de pesquisa que vencer a corrida para resolver esse problema será o primeiro a obter cobaias com traços autistas, epilépticos ou o que mais os cientistas conseguirem criar. 
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u571007.shtml

25/05/2009 Posted by | 2° Ano Biologia, Fisiologia, Genética, Textos Biológicos | Deixe um comentário

Estudo liga risco de câncer hepático a hipotireoidismo

Mulheres com hipotireoidismo (distúrbio que diminui a produção de hormônios) podem ter risco três vezes maior de desenvolver câncer de fígado do que aquelas que não têm a doença, sugere estudo realizado por pesquisadores do MD Anderson Cancer Center (EUA), publicado neste mês na revista científica “Hepatology”.
De acordo com os pesquisadores, se a mulher também tiver diabetes, o risco é aumentado em 9,4 vezes. E se ela somar o hipotireoidismo à hepatite B ou C crônica, o risco de ter a doença aumenta 31,2 vezes. A mesma condição não foi observada entre os homens –por razões ainda não explicadas.
O estudo foi realizado com base nas respostas a um questionário aplicado para 420 pacientes em tratamento contra o câncer no fígado e para um grupo controle, formado por 1.104 pessoas teoricamente sadias.
Entre os pacientes com câncer entrevistados, 12% afirmaram ter hipotireoidismo e, no grupo controle, 8% relataram ter a doença. Para os pesquisadores, a diferença é suficiente para estabelecer uma relação até então não quantificada entre as duas doenças.
Arte/Folha
Como o hipotireoidismo provoca uma deficiência na quantidade de hormônios circulando no organismo e altera toda a função metabólica –aumentando os níveis de colesterol, por exemplo–, os pesquisadores acreditam que isso pode aumentar o risco de a pessoa desenvolver esteato-hepatite (acúmulo de gordura no fígado) e, consequentemente, aumentar o risco de cirrose ou do desenvolvimento de um tumor.
A endocrinologista Ana Luiza Maia, chefe do Setor de Tireoide do Hospital das Clínicas de Porto Alegre e professora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), diz que o estudo tem um impacto muito forte por sugerir que a disfunção na tireoide, sozinha, apresenta um risco aumentado de a mulher desenvolver um tumor hepático -quinto câncer mais incidente do mundo.
“Os resultados me surpreenderam. Existem alguns estudos que relacionam o hipotireoidismo com problemas hepáticos [no caso, a esteato-hepatite], mas nenhum trouxe uma associação direta entre a disfunção tireoidiana e o risco de câncer”, afirma a professora.
Maia ressalta, entretanto, que o estudo não deixa claro se as mulheres que tratam adequadamente o hipotireoidismo também têm o risco aumentado. “Teoricamente, quem trata a doença não tem mais a alteração hormonal e não vai ter problemas hepáticos. Assim, sairia do grupo de risco”, diz.
A endocrinologista Laura Sterian Ward, vice-presidente do Departamento Nacional de Tireoide da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), diz que os resultados apresentados “parecem reais estatisticamente”, mas critica a metodologia.
“É um estudo que tem como referência as respostas pessoais dos pacientes. Os pesquisadores não dosaram os hormônios TSH e T4 [relacionados ao hipotireoidismo] no grupo controle para confirmar a existência da doença. Informação pessoal pode ter erro”, avalia.
Predisposição
Para Felipe José Fernández Coimbra, cirurgião oncológico e diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do Hospital A.C.Camargo, os resultados podem se tornar mais uma ferramenta de acompanhamento dos fatores de risco em mulheres com predisposição a câncer hepático (que somem alcoolismo, obesidade e diabetes).
“Não é todo o mundo que tem hipotireoidismo que vai ter câncer. Esse é um dos primeiros estudos a mostrar uma relação direta entre a doença da tireoide e o aumento de risco para o tumor de fígado. Acho que os resultados mostram uma relação aumentada de risco e não de causa”, afirma Coimbra.
Para o cirurgião, os hepatologistas devem ficar mais atentos a alterações no funcionamento da tireoide. “Os dados são mais uma arma para prevenir o hepatocarcinoma, combinados ao tratamento da hepatite, do diabetes e do alcoolismo”. 
 Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u569887.shtml

25/05/2009 Posted by | 2° Ano Biologia, Fisiologia, Textos Biológicos | Deixe um comentário